segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A chegada da Yolanda


A chegada da Yolanda não foi tão fácil quanto a do Schu. No dia que fomos buscar ela no canil, aqui na região, ela deveria estar com 90 dias. Como disse antes, era dia 26 de dezembro. Fomos esperando um cachorro um tanto grande, e eu levei Yolanda, a girafa de pelúcia para ela já ter um brinquedo. Chegamos no canil, e não nos convidaram pra entrar, ficamos esperando no portão. A moça saiu com a Yolanda no colo, e ela era tão pequena, tão magra, e parecia tão fraca, que se me perguntassem eu diria que ela não tinha um mês de vida, quem dirá 90 dias. Ela tinha metade do tamanho da girafa que eu levei, A moça falou que ela estava com uma gripinha, mas que não era nada, e já estava medicada, e que ela era pequena porque era de uma ninhada de 5 machos, a única fêmea e a última a nascer. Eu gosto de cachorro, mas não sou nenhuma expert em criação, portanto não sei dizer se isso tem alguma coisa a ver com o tamanho dela. Sei que se a gente fosse mais racional que emocional, não teria trazido ela pra casa. Mas depois que você olha a carinha do cachorro, não tem coragem de deixar ele pra trás. Pusemos ela no carro, e trouxemos.
Nossa primeira parada foi no consultório veterinário, era domingo e só tinha a veterinária de plantão, não nosso Doutor Renato que cuida do Schu desde pequenino. Ela olhou a Yolanda e ficou um pouco assustada com o tamanho e a fraqueza.
Trouxemos ela pra casa, e tentamos dar ração seca, ela não comeu. Molhamos a ração e ela ficou uns 40 minutos lambendo os grãozinhos molhados. Notamos que ela ainda não sabia comer. Esmagamos a ração molhada, e devagarinho ela foi comendo.
Naquela noite, ela dormiu na caminha do lado da nossa cama. Não chorou nenhuma vez a noite inteira, ela era muito quietinha. Mas tossiu, tossiu, e tossiu. A coitadinha estava até rouca de tanto tossir.
Levamos Yoyo no veterinário de novo, e dessa vez Dr. Renato estava lá, ele se assustou com ela, pesou numa balança de cozinha e ela tinha 600 gramas. Pediu exame de sangue, raio X do pulmão, e fez um exame clínico completo. A suspeita acabou se confirmando, ela tinha pneumonia.
Começou a tomar antibiótico, e por várias semanas nossa vida foi cuidar da Yolanda, fazer carinho, dar remédio, levar no veterinário, fazer exames. E rezar, porque a gente já estava apaixonado por ela desde o dia que a vimos, e ela já havia se tornado parte da nossa família.
Ela tossia, dia e noite. Ninguém dormia, e gastamos o suficiente pra ter comprado aquele Bulldog caro que havíamos desistido antes. Mas isso, não nos preocupou nem um pouquinho. Dinheiro a gente arranja, mas outra Yolanda, não existe.
Ela deve ter ficado um bom mês de idas e voltas no veterinário, tomando antibiótico e doses generosas de amor. Hoje, quando a gente olha pra trás,  acha que foi destino a gente pegar bem  a Yoyo, e que talvez se nós não tivessems trazido a doida pra casa, ela não teria sobrevido. 




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